O Backlog tornou-se um conceito cada vez mais conhecido ao passar dos anos: é a metafórica Pilha da Vergonha de produtos que são comprados, seja por interesse ou pelo calor do momento, mas que são deixados de lado até que se acumulam.
Com diversas promoções e serviços, a ideia é muito presente nos videogames, mas será que vale a pena manter uma fila nos dias de hoje?
Jogo do momento
A indústria é sustentada por hype. Apesar da metafórica Pilha da Vergonha crescer mais a cada dia, há um enorme incentivo em desejar A Próxima Grande Coisa. O público parece estar “acostumados” com essa noção, o que faz a vida útil de um jogo – pelo menos na consciência coletiva – não ser muito longa.
Comunidades online são um exemplo disso. Sites como o Reddit precisaram criar sub fóruns específicos como Patient Gamers para que pessoas que foram “deixadas para trás” consigam discutir o que estão curtindo sem spoilers ou reações exageradas. São necessários apenas seis meses após o lançamento para que o game já não seja mais visto como novidade – ou mesmo assunto para debate nas grandes páginas.
Para boa parte da comunidade, não estar em dia com as novidades – mesmo que superficialmente – é uma vergonha.
Zerando a fila
Ao mesmo tempo, dedicar-se a acabar com a pilha da vergonha não parece ser a solução ideal. A verdade é que a indústria passa por um momento de ouro: há algo de bom sendo desenvolvido e lançado todos os dias, em todos os gêneros e mídias. Na era da informação, ficar para trás e regrar o próprio entretenimento com planilhas, listas e sites organizadores é como declarar derrota.
Acontece que ambos os casos são opostos do mesmo fenômeno: o medo de ficar de fora, a ansiedade social de ter uma experiência pior que a dos outros. No hype, o efeito é causado tanto pelo marketing quanto pelas intensas discussões e textos que cercam um lançamento. No backlog, é o desconforto de nunca ter tempo para jogar tudo que está acumulado, aliado com a ideia de que algo incrível pode estar escondido dentro da pilha da vergonha.
O “gamer consciente” está em algum lugar entre esses opostos. É a pessoa que não pula em qualquer novidade mas também não ofusca a própria vontade ao criar obrigações com o seu próprio entretenimento.O segredo para alcançar esse balanço pode ser curtir sem criar amarras desnecessárias, mas também dando aos jogos seu devido valor e aproveitá-los no seu próprio ritmo – o que inclui tempo, dinheiro e interesse genuíno.
Ter um backlog em 2018 é apenas insistir na ideia de que existe algo a perder em não estar a par de tudo.
Como você lida com seu backlog? Você organiza uma fila do que pretender jogar ou apenas curte o que dá vontade? Fala pra gente nos comentários!